sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Personal Stylist

Quero ser personal stylist, e agora?

Quero ser personal stylist, e agora?
Perdi a conta da quantidade de emails que já recebi de pessoas pedindo conselhos para começar na profissão de personal stylist ou consultor de imagem.
Algumas mais focadas, outras nem tanto, as pessoas ainda ficam bem perdidas na hora de começar nesta área ainda tão nova aqui no Brasil.
Por isso, resolvi levantar aqui alguns pontos e dar algumas dicas para quem está querendo se voltar para este ramo, vindo de outras áreas como eu ou não.
Vamos lá?
1. Você sabe do que se trata?
Em primeiro lugar, é super importante saber o que é ser um personal stylist. Muita gente quer “trabalhar com moda” e se volta para esta área específica dentro deste enorme universo sem saber do que se trata, porque “não precisa saber desenhar” ou porque simplesmente gosta de roupas, de tendências e de vestir amigos.
A consultora de imagem trabalha muito mais com o ser humano do que com a moda em si. Nosso objetivo é traduzir a personalidade, os objetivos e o universo de uma pessoa para sua imagem pessoal, processo realizado através de muito estudo, técnicas de análises teóricas e visuais, conversas e muita observação, até que o cliente se sinta confortável com a mensagem que projeta para o mundo.
Lidamos, sim, com roupas, mas a imagem é muito mais do que isso: envolve etiqueta, comportamento, linguagem, auto-estima e por aí vai.
2. É preciso ter uma boa formação!
Por lidarmos com um assunto tão sério como a imagem de uma pessoa, é preciso estudar e praticar muito antes de “colocar a mão na massa”. Só gostar de roupas e ter bom gosto não é suficiente, afinal o bom gosto é totalmente relativo e o maior desafio do personal stylist é justamente se desprender de seu gosto pessoal e entrar no universo do cliente, procurando entender de onde ele vem e para onde ele vai, como se enxerga, suas inseguranças e objetivos. E, para isso dar certo, é preciso ter uma base técnica bem desenvolvida.
Não existe ainda uma universidade de Consultoria de Imagem, portanto o profissional que deseja começar nesta área deve ir atrás de cursos específicos, tanto focados para consultoria quanto dentro do universo da moda, psicologia, linguagem não-verbal, marketing pessoal e afins.
Se você tiver uma formação em outra área antes ou até mesmo em outro ramo da moda, ótimo. Todo e qualquer conhecimento é bem-vindo e nunca será perdido.
O mais importante nesta etapa é fazer bons cursos, com profissionais experientes, que saibam do que estão falando.
3. Cursos que eu recomendo
No Brasil:
  • O meu!! (formação intensiva em consultoria de imagem com Roberta Carlucci) – Depois de 7 anos atuando como consultora de imagem, lancei meu curso em 2015 para formar novas consultoras ou aperfeiçoar quem já está na área e quer conhecer o meu método.
  • Ilana Berenholc (consultoria de imagem, consultoria para homens, coloração pessoal) – Ilana é uma das consultoras mais antigas e experientes do país, VP International Relations da AICI – órgão internacional que regulamenta a profissão. Fiz o curso de coloração pessoal com ela e gostei bastante.
  • Escola São Paulo (história da moda, consultoria de moda e palestras diversas) – Tem uma reputação ótima, promove cursos super interessantes e com profissionais sempre muito bem reconhecidos.
  • Senac São Paulo (análise de cores, consultoria de imagem, etiqueta social, marketing pessoal, história de moda e outros) – Os cursos de consultoria e coloração são gerenciados por Ilana e a instituição costuma convidar profissionais experientes e conhecidos para seus cursos diversos.
No exterior:
Vale ressaltar que o consultor de imagem precisa estar constantemente se atualizando, lendo e se especializando, ou seja, é uma formação para a vida toda, assim como em outras profissões. Leia livros, freqüente sites, blogs, eventos e desfiles, promova a troca de informação entre outros consultores e pessoas da área. Afinal, conhecimento nunca é demais!
4. Antes de tudo, cuide da sua imagem!
Será que você passa uma imagem de consultora de imagem? Será que você tem autoridade, conhecimento e informação suficiente e demonstra isso através de sua imagem pessoal? Como será que as pessoas a vêem? Elas já a enxergam como alguém que poderia lhe guiar neste sentido?
É muito importante avaliar sua imagem e sua postura antes de começar a trabalhar como consultora. Afinal, de nada adianta você querer passar o conhecimento para outro alguém se você mesma não o aplica, né?
Aproveite para usar na prática o que aprendeu nos cursos que fez e nos livros que já leu em si mesma, testar o que funciona para você e o que não, fazer exercícios em seu armário e assim por diante. Se puder, faça uma consultoria com outra consultora mais experiente para ver como é ser o cliente, entender como funcionam os processos e aprender com outros pontos de vista. Que tal?
5. Para começar a trabalhar
Depois de fazer cursos de consultoria, se especializar nas diversas etapas do serviço e cuidar de sua imagem, é hora de começar a trabalhar de verdade.
Antes de qualquer outra coisa, é importante definir que tipos de serviços você irá oferecer (pacotes, preços, etc.), suas formas de apresentação (currículo, site, email, cartões e papelaria em geral), formatos de books e dossiês, propostas, providenciar os materiais necessários para fazer a consultoria (máquina fotográfica, kit de coloração, materiais de apoio, etc.) e assim por diante.
Procure ajuda de outros profissionais se necessário (designers, gráficas, assessoria de imprensa) e vá a luta!
E lembre-se: o profissional consultor de imagem é liberal, ou seja, trabalha normalmente por conta própria em seu escritório ou de casa. É preciso bastante disciplina e paciência para começar e continuar trabalhando, pois você será seu chefe, incentivador, crítico e próprio consultor.
Ame a profissão, o que você faz, que tudo vai dar certo!
6. Conseguindo clientes
Antes de qualquer cliente, é preciso ganhar experiência prática: comece fazendo consultorias para seus amigos e familiares, e depois outros clientes virão.
Identifique seu público-alvo: com quem você se relaciona mais facilmente? Adolescentes, adultos, classes sociais. Afinal, assim como o cliente deverá gostar de você, você também precisará gostar e se identificar com ele para que seu trabalho tenha o melhor aproveitamento possível.
Investir no seu networking é sempre uma boa estratégia (mande emails para seus amigos, por exemplo, para que eles saibam que você está trabalhando com isso e possam indicá-lo), procure parcerias com outros profissionais, lojas e sites, enfim, comece a colocar a cara à tapa!
E lembre-se: o atendimento primoroso é que irá garantir indicações, o melhor marketing que existe, e novas consultorias. Portanto, mais importante do que se promover, é fazer um ótimo trabalho, saber do que está falando e surpreender o cliente.
7. Ética na profissão
Já existem outras pessoas nesta área com mais experiência e mercado que você, ou seja, lembre-se sempre de respeitá-las e de buscar aliados, nunca inimigos.
Se quiser fazer uma pesquisa de preços, prefira ser sincera: está começando, precisa de ajuda? Todos já passaram por isso. Seja humilde e verdadeira, que pessoas com certeza lhe respeitarão muito mais e lhe ajudarão.
E não se preocupe: cada consultor tem uma personalidade, formação, preços e um estilo diferente, ou seja, existem clientes para todos. Uns irão se identificar mais com você, outros com outros. Acostume-se a receber nãos, a perder para a concorrência e não se culpe, pois é assim mesmo. Concorrência é saudável, faz parte do capitalismo e nos incentiva a ser sempre melhores, a nunca nos acomodarmos.
Por isso mesmo nunca, sobre hipótese alguma, copie (preços, propostas, estilos, serviços, sites e afins). Se você não tiver autenticidade, um diferencial, não se destacará na multidão. Procure mostrar suas qualidades, se valorizar pelo que você é e não pelo que os outros possuem.
Caso queira fazer um benchmarking (pesquisa de concorrência – quem está no mercado, o que fazem, formação, experiência, preços), seja sincera, apresente-se e procure não fugir muito dos valores de mercado de sua cidade ou região: cobrar preços muito baixos só irá desvalorizar seu trabalho, enquanto muito altos poderão lhe distanciar de possíveis clientes. Aqui, mantenha-se dentro do universo de seu público alvo também, claro.
Ah, e preços não são chutados! Você precisa saber justificá-los, centavo a centavo, pois os clientes com certeza tentarão negociar. Ou seja, é preciso um estudo de seus custos, gastos e necessidades para chegar a um valor justo e que possa ser cobrado corretamente.
E por fim, nunca fale mal de outros profissionais e muito menos de clientes. Aliás, o sigilo é uma parte importante do nosso trabalho, pois a intimidade do cliente ficará exposta a você e eles precisarão saber que podem confiar em seu bom-senso.
Gente, existem mais mil e uma coisas que eu poderia falar, mas acho que este é um apanhado geral do que acho que são as maiores dúvidas dos iniciantes. Espero que gostem e usem estas informações! Ah, e divirtam-se! ;)
Beijocas e boa sorte!
Roberta Carlucci

Escrito por Roberta Carlucci

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